Eu acordei...

Eu acordei...
Eu estava no meio do caminho, parada. Me sentia uma mula empacada.
Explico: quando a mulher engravida ela deixa de ser filha para se tornar mãe.
E eu sou uma mãe sem filho. Não sabia mais quem sou...
Estou 23 quilos mais gorda e quando olho no espelho não consigo me ver. É como se eu estivesse sem identidade.
Mas minha identidade agora é outra. Minha vida mudou e eu tenho que mudar também. Ficar parada não resolve só piora.
Tenho que enterrar o que está morto e deixar viver o que está vivo!
Comecei pela segunda-feira (30/06).
Finalmente fiz a fotos da Maria Eduarda e montei o álbum dela. Foi nessa hora que caí na real.
Passei a noite toda acordada. Eu e o Ernesto conversamos muito, depois de chorar muito. Foi muito difícil para nós dois olhar o álbum de fotos depois que ele ficou pronto: com fotos, pulseirinha da maternidade (a minha e a dela)...
Fomos dormir era 05h15 (madrugada).
Terça-feira (01/07) – mais atitudes:
Compramos a caixa para guardar algumas coisas que eram só dela: enfeite da porta da maternidade, toalhinhas de boca, ultrasom, caderneta de vacina, cartazes do Chá de Bebê... enfim, coisas que tem o nome dela e não serão usadas por outra criança.
Montei a caixa, deu trabalho. Até machucou minha mão!
Hoje, quarta-feira (02/07) eu coloquei na caixa essas coisas. Também tirei das lembrancinhas de nascimento o papel com o nome dela e a data de nascimento. Claro que tenho 03 na geladeira, afinal é uma lembrança.
Agora vou começar a mudar também minha aparência. Para ter de volta uma identidade.
Não vou emagrecer do dia para a noite, então tenho que me adaptar.
Vou fazer “funilaria completa”: mão, pé e vou mudar o cabelo.
Mas isso vai ficar pra semana que vem, essa já ta terminando e já caminhei um pouquinho.


Um passo por dia... mas não vou ficar mais empacada!